Claudio Macedo
21/02/2017

[1]
Trabalho de pesquisa realizado nos EUA identificou uma ligação sistemática entre a atitude opressora de pais e o baixo desempenho escolar dos filhos, além de ligações inconsequentes deles com colegas, comportamento sexual precoce e delinquência juvenil [2].

Especificamente, a pesquisa constatou que entre os adolescentes do sexo masculino, a paternidade opressora está relacionada com o desenvolvimento de um relacionamento inconsequente com colegas, e é isso que leva a um aumento da delinquência e, subsequentemente, a uma menor escolaridade. Entre as adolescentes do sexo feminino, a paternidade opressora também predispõe a um relacionamento inconsequente com colegas, e isso faz aumentar tanto a delinquência quanto o comportamento sexual precoce; o comportamento sexual precoce é o que induz a uma menor escolaridade em adolescentes do sexo feminino.

O estudo acompanhou 1.482 estudantes por um período de 9 anos; desde 12 anos de idade (sétima série) até 21 anos. No trabalho, a paternidade opressora foi caracterizada pela ação cotidiana de pais que gritam, batem e agem com comportamentos coercitivos com seus filhos, como ameaças verbais ou físicas como meio de punição.

Ficou muito claro no estudo que os jovens que foram tratados de forma agressiva por seus pais, isto é, jovens cujas necessidades emocionais não foram atendidas adequadamente por pais e mães, buscaram afirmação com seus colegas. O grupo de colegas era mais importante do que outras responsabilidades, como, por exemplo, as regras estabelecidas pelos pais; assim, tudo bem em quebrar tais regras para manter os amigos.

O estudo torna claro a sequência de eventos que levam jovens que são expostos à agressividade dos pais a se tornarem muito mais propensos a abandonar a escola e a adotar a delinquência em suas vidas. Sendo assim, fica também evidente que as mães e os pais não devem economizar carinho, atenção e respeito para com seus filhos; a pesquisa mostra que só agindo dessa forma é que poderemos aspirar em ter um futuro socialmente mais harmonioso. [3]

[1] Crédito da imagem: Ulrike Mai (Pixabay) / Creative Commons CC0. URL: https://pixabay.com/en/child-education-fear-terror-1439468/.

[2] RF Hentges and MT Wang. Gender Differences in the Developmental Cascade from Harsh Parenting to Educational Attainment: An Evolutionary Perspective. Child Development 10.1111/cdev.12719 (2017).

[3] Artigos relacionados: A influência da mentalidade dos pais no desenvolvimento das habilidades de leitura e escrita dos filhos e Os pais que passam cada vez mais tempo com os filhos.

Como citar este artigo: Claudio Macedo. As consequências educacionais devidas a pais opressores. Saense. URL: http://www.saense.com.br/2017/02/as-consequencias-educacionais-devidas-a-pais-opressores/. Publicado em 21 de fevereiro (2017).

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