ESO
27/12/2018

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Existem poucas pessoas que tenham visto a Lua através de um telescópio tão grande com o Very Large Telescope do ESO (VLT). Os astrônomos no Observatório do Paranal, no Chile, tiveram recentemente esta oportunidade única quando um dos instrumentos do telescópio, o VIMOS (VIsible Multi-Object Spectrograph), foi desativado no Telescópio Principal nº 3 para dar lugar ao futuro CRIRES+ (CRyogenic InfraRed Echelle Spectrograph Upgrade Project).

O VIMOS foi extremamente produtivo; o espectrógrafo estudou milhares de galáxias distantes, observadas numa época em que o Universo tinha apenas um terço da sua idade atual, e mapeou a sua distribuição e propriedades físicas. Os instrumentos muito sensíveis instalados no VLT, incluindo o VIMOS, são concebidos para obter imagens de objetos tênues situados a bilhões de anos-luz de distância e por isso objetos tão próximos e brilhantes como a nossa Lua facilmente os saturam completamente com tanta luz. No entanto, quando o VIMOS foi desativado após 16 anos de operações, os astrônomos trabalhando no Paranal aproveitaram a oportunidade rara de utilizar uma estação focal do telescópio sem nenhum instrumento acoplado.

Em vez de observar o espaço profundo, um dos Telescópios Principais do VLT, o terceiro (o VLT tem quatro telescópios Principais, cada um com um espelho de 8,2 metros de diâmetro), foi apontado para a Lua. Para criar esta imagem, a Lua foi projetada numa tela semi-transparente, o que resultou nesta visão repleta de detalhes intrincados de uma miríade de rochedos e crateras espalhadas por toda a superfície lunar. Vários astrônomos desfrutaram da vista, incluindo Stefan Ströbele, o engenheiro de Óptica Adaptativa que vemos na fotografia.

[1] Crédito da imagem: G. Hüdepohl (atacamaphoto.com)/ESO.

Como citar esta notícia científica: ESO. Cara a cara com a Lua. Saense. http://www.saense.com.br/2018/12/cara-a-cara-com-a-lua/. Publicado em 27 de dezembro (2018).

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