ESA
20/04/2018

Nebulosa da Lagoa. [1]
Esta nuvem colorida de gás interestelar brilhante é apenas uma pequena parte da Nebulosa da Lagoa, um vasto berçário estelar. Esta nebulosa é uma região de intensa atividade, com ventos ferozes vindos de estrelas quentes, chaminés giratórias de gás e formação de estrelas energéticas, tudo embutido em um labirinto de gás e poeira. O Hubble usou tanto seus instrumentos óticos quanto infravermelhos para estudar a nebulosa, que foi observada para celebrar o 28º aniversário do Hubble.

Desde o seu lançamento em 24 de Abril de 1990, o Telescópio Espacial Hubble da NASA/ESA revolucionou quase todas as áreas da astronomia observacional. Ele ofereceu uma nova visão do Universo e alcançou e superou todas as expectativas por 28 anos extraordinários. Para celebrar o legado do Hubble e a longa parceria internacional que torna isso possível, todos os anos a ESA e a NASA celebram o aniversário do telescópio com uma nova imagem espetacular. A imagem de aniversário deste ano apresenta um objeto que já foi observado várias vezes no passado: a Nebulosa da Lagoa.

A Nebulosa da Lagoa é um objeto colossal de 55 anos-luz de largura e 20 anos-luz de altura. Mesmo estando a cerca de 4000 anos-luz de distância da Terra, é três vezes maior no céu do que a Lua cheia. É até visível a olho nu em noites de céus claros. Como é relativamente grande no céu noturno, o Hubble só consegue capturar uma pequena fração da nebulosa total. Esta imagem corresponde a apenas cerca de quatro anos-luz de diâmetro, mas mostra detalhes impressionantes.

A inspiração para o nome desta nebulosa pode não ser imediatamente óbvia nesta imagem. Torna-se mais claro somente em um campo de visão mais amplo, quando a ampla faixa de poeira em forma de lagoa que atravessa o gás incandescente da nebulosa pode ser descoberta. Esta nova imagem, no entanto, descreve uma cena no coração da nebulosa.

Como muitos berçários estelares, a nebulosa possui muitas estrelas grandes e quentes. Sua radiação ultravioleta ioniza o gás circundante, fazendo-o brilhar intensamente e esculpindo-o em formas fantasmagóricas. A estrela brilhante embutida nas nuvens escuras no centro da imagem é a Herschel 36. Sua radiação esculpe a nuvem circundante, soprando parte do gás, criando regiões densas e menos densas.

Entre as esculturas criadas por Herschel 36 estão dois twisters interestelares — estranhas estruturas semelhantes a cordas, cada uma medindo metade de um ano-luz de comprimento. Estas características são bastante semelhantes aos seus homônimos na Terra — enrolados em suas formas semelhantes a funil por diferenças de temperatura entre as superfícies quentes e interiores frios das nuvens. Em algum momento no futuro, essas nuvens entrarão em colapso sob seu próprio peso e darão origem a uma nova geração de estrelas.

Hubble observou a Nebulosa da Lagoa não apenas na luz visível, mas também nos comprimentos de onda infravermelhos. Enquanto as observações na ótica permitem que os astrônomos estudem o gás em detalhes, a luz infravermelha corta as manchas obscuras de poeira e gás, revelando as estruturas mais intricadas por baixo e as estrelas jovens escondidas dentro dela. Somente combinando dados óticos e infravermelhos os astrônomos podem pintar um quadro completo dos processos em andamento na nebulosa. [2]

[1] Crédito da imagem: NASA, ESA, STScI.

[2] Esta notícia científica foi traduzida por Claudio Macedo.

Como citar esta notícia científica: ESA. Hubble comemora 28 anos com uma imagem da Nebulosa da Lagoa. Tradução de Claudio Macedo. Saense. http://www.saense.com.br/2018/04/hubble-comemora-28-anos-com-uma-imagem-da-nebulosa-da-lagoa/. Publicado em 20 de abril (2018).

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